sexta-feira, 30 de abril de 2010

JOGOS VIRTUAIS VS VIOLÊNCIA

É comum ouvirmos correlações entre práticas cotidianas e ações extremas como é o caso de que jovens que fazem uso de jogos virtuais violentos acabam por desenvolver instintos violentos.
Será que é tão simples assim?
Se um indivíduo que mata sem um motivo explícito qualquer e bebe cerveja da marca X pode nos levar a concluir que todo indivíduo que bebe cerveja da marca X é um assassino em potencial?
Dizer que um jovem que comete um crime hediondo, como entrar em uma sessão de cinema armado e sair atirando em vários espectadores desconhecidos fora estimulado por jogos virtuais leva ao mesmo erro que a afirmação acima. Se fosse assim, poder-se-ia dizer que vários criminosos passaram por um treinamento intensivo em jogos virtuais.
Para chegarmos a uma afirmação conclusiva, dever-se-ia comparar dados de uma série de indivíduos que fazem uso de softwares considerados violentos e seus comportamentos. Do mesmo modo, dever-se-ia ainda, comparar informações sobre o acesso de criminosos a softwares violentos.
Será que a maioria dos criminosos têm real acesso a esse tipo de aplicativo?
E será que a maioria dos jovens que fazem uso desses softwares têm comportamento realmente violento?
Será que não há uma seleção adversa? Ou seja, será que indivíduos que já se encontram em um ambiente familiar e social desestruturado, não têm uma maior propensão a gostarem de jogos desse tipo? Neste caso, o software seria um estimulante ou meramente uma vávula de escape?
A violência depende muito da vivência real do indivíduo. Sabe-se que em ambiente com um nível elevado de diferença social e menor nível de educação há maior prpensão à incidência de atos violentos. E, na média, quem possui maior nível de educação e maior renda tem mais acesso a esses tipos de aplicativos. Não estaria aqui explícita um contradição?
É muito difícil que um jovem "viciado" em jogos violentos não venha a sofrer com a morte de alguém que lhe seja caro em afeto. O jogo dificilmento o tornará mais duro ou insensível, porque é intrínseco ao ser-humano em sua plena capacidade distinguir o real da ficção.

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